quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

A fantástica fábrica de ilusões


Até mesmo em anúncios de apartamentos já vemos a mais nova promessa do marketing atual. A compra da felicidade.
Esse tipo de apelo marketeiro sempre me lembra a música "Ouro de Tolo"de Raul Seixas, porque fico me imaginando num desses apartamentos com a tal boca escancarada esperando a morte chegar e não vejo muito essa cena como o meu ideal de felicidade.
Meus sonhos de futuro tem mais a ver com "Eu quero uma casa no campo"da Elis (na verdade preferia perto da praia com um quintalzinho pra plantar algumas coisinhas.. Mas esses sonhos não teriam muito sentido sem as outras coisas, que o dinheiro não traz (por favor, não estou fazendo apologia ao modo de vida franciscano).
No último fim de semana assisti ao filme "Veronika Decide Morrer"e fiquei pensando sobre a depressão, como as pessoas que sofrem desse mal não tem controle sobre suas próprias sensações. Deve ser horrível se sentir triste sem saber porque. Acho que sofro da sua versão oposta, pois tenho uma tendência a me sentir muito bem. Ver meus entes queridos bem, dar uma corridinha, comer uma coisa gostosa, ler um bom livro , tomar um chopp ou um vinhozinho, ver o sol cedinho ou ver o por do sol, me provoca indescritível sensação de felicidade e satisfação.
Sei que sou apenas mais uma no meio de tantas promessas, de tantas tentativas de comprar e vender ilusões. Produtos milagrosos de beleza ( que confesso às vezes me deixar enganar), outros que prometem bem estar e vida longa e outros que fazem acreditar que terá os melhores últimos dias de sua vida.Daí, inconscientemente e acreditando e precisando acreditar, a gente vem e se vende um pouquinho também, se vende como a melhor filha, amiga, irmã. A mais inteligente e a melhor de todas as namoradas.




De tempos em tempos, penso em alguns desses aspectos e começo a me questionar sobre o que realmente importa.

Pra mim, o importante é estar bem. E estar bem, acredite, pode ser muito simples.

Viver de ilusão, acho que não. Mas pescar um pouquinho de vez em quando não faz mal pra ninguém.

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